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As artes plásticas da Revolução e os seus aspectos gerais.
As artes plásticas na Revolução foram testemunhas viventes das mudanças acontecidas na Ilha depois do triunfo revolucionário de 1959 e se sensibilizaram desde o começo com a nova projecção cultural e artística do processo. Cada uma das expressões plásticas cubanas neste período fizeram-se receptivas, como é lógico, a todo este movimento ao redor do homem e os novos caminhos da história e os tomará em conta nos seus novos roteiros expressivos. Resulta imensamente interessante observar como o ritmo de mudança na expressão da cultura atingiu níveis surpreendentes, a partir do momento em que se colocou em sintonia com o devir contemporâneo. Neste processo incidiu como um facto decisivo o triunfo da Revolução, o qual marca uma mudança abissal na projecção cultural e artística e por extensão.
As décadas de 60 e 70 nas artes plásticas da Revolução.
A década de 60 é o primeiro dos momentos no qual se pode classificar o desempenho das artes plásticas na Revolução. Aqui a arte apresenta um marcado carácter épico e propagandístico e se identifica com as novas tarefas revolucionárias. Neste momento desenvolvem-se as linhas primitivistas, abstracionistas, da pop e doutras vertentes que lidavam com o mágico. Há uma coexistência de várias gerações de artistas e a promoção doutros jovens como Carmelo González, Servando Cabrera, Angel Acosta León, Antonia Eiriz, Fayad Jamís, Raúl Martínez, Juan Moreira, César Leal, Umberto Penha e Salvador Corratge. Durante a década de 70 há uma ampliação de temáticas e linguagens artísticas com influência dalgumas correntes da arte contemporânea como o expressionismo, o fotorrealismo e a arte pop. A arte abstracta tem um significativo desenvolvimento, especificamente nas suas vertentes óptica e cinética. Destacam-se nesta época Pedro Pablo Oliva, Nelson Domínguez, Flora Fong, Roberto Fabelo, Gilberto Frómeta Fernández, Ever Fonseca e Manuel Mendive.
As artes plásticas da Revolução nas décadas de 80 e 90.
Na década de 80, as artes plásticas na Revolução, experimentam uma ampliação do conceito de obra de arte ao superarem a ideia da arte como objecto esteticamente complacente e aparece a instalação, que se apresenta como uma combinação de vários gêneros, com um uso do espaço ilimitado. Assim, o artista comporta-se como teórico e analista da sua própria obra. Característico é que se tenta levar a arte à rua, torná-la maciça e popular utilizando qualquer meio expressivo que contribua para concretizar os objectivos conceituais do criador. O artista concebe estratégias imediatas, como a agressão ou a burla, para provocar a participação do público. A década de 90 é caracterizada em sentido geral pela problematização sobre as condições socioeconómicas e se cria um grande interesse dos artistas por vincular-se aos circuitos de mercado e consumo de obras de arte.